Chamadas também de – Major Airlines ou Big One – Muitas das grandes companhias aéreas dos Estados Unidos testemunharam uma verdadeira queda no final dos anos 80.  Após anos de domínio, essas companhias reinaram até o final daquela década. Vamos dar uma olhada no que aconteceu e por que será que nos anos 80 tivemos uma variedade de companhias aéreas  consideradas bem poderosas.

Muitas das grandes companhias aéreas, incluindo a Braniff International Airways, tiveram sua queda nos anos 80. Foto: Clipperarctic via Wikimedia Commons

Em meados do século 20, chamado muitas vezes de “idade de ouro” das viagens aéreas. Tínhamos como norma, cabines luxuosas com refeições gourmet, aeromoças amigáveis e espaço para as pernas. No entanto, muitas destas companhias aéreas associadas a esse conceito não estavam mais conseguindo se inserir no mercado do novo conceito em andamento que estava por vim com a chegada dos anos 90.

 

As empresas Braniff International Airways, Capitol Air, Frontier Airlines e Pacific South West Airlines encerraram suas operações nos anos 80. Logo depois, a Pan American e a Eastern Air Lines também entraram em uma espiral descendente com várias tentativas de recuperação durante esta década, porém sem respostas as tentativas, essas companhias aéreas icônicas da aviação civil, simplesmente faliram em 1991.

 

Com uma presença dominante nos dias de glória da aviação comercial, por que essas empresas lutaram tanto para se manter no mercado na década de 1980?

 

Desregulamentação da companhia aérea

A Lei de Desregulamentação de Linha Aérea foi introduzida pelo presidente Jimmy Carter em 1978. Esta é uma lei que removeu o controle do governo federal sobre muitos aspectos críticos da indústria da aviação. Antes disso, o Conselho de Aeronáutica Civil regulava as rotas interestaduais domésticas. O conselho definia a maioria das rotas, horários e até tarifas. O ato de desregulamentação deu mais liberdade às companhias aéreas para controlar seus negócios. Além disso, tornou mais fácil a entrada de empresas iniciantes no setor.

Pela primeira vez, havia um mercado livre no setor de linhas aéreas comerciais. As low-costs logo começaram a crescer com essa liberdade recente no mercado. A população dos EUA, portanto, passou a ter voos mais baratos, com muito mais opções de destino. Em última análise, isso aumentou consideravelmente o número de passageiros nas companhias aéreas.

 

Anteriormente, voar era um serviço de luxo, oferecido somente a classe alta. Com a chegada dos anos 80, o público em geral, passou até também o privilégio de poder voar. No entanto, o aumento de voos adquiridos entre as companhias aéreas, fez com que as empresas áreas anteriores, dominantes do mercado, reduzissem sua participação.

 

A Pan Am faliu em 1991, após problemas nos anos 80. Foto: Kambui via Wikimedia Commons

 

Aumento da Pressão – Concorrência

Antes de 1978, havia dez grandes companhias aéreas que controlavam 90% do mercado. Oito empresas regionais menores operavam a maior parte do restante. As mudanças do mercado pressionaram essas empresas em reduzir seus custos. Em geral, o rendimento constante do dólar em 1982, ajustado pela inflação, para as companhias aéreas caiu de 12,3 centavos em 1978 para 7,9 centavos em 1997.

 

Para competir com esses preços, os principais players tiveram que revisar seus custos de negócios. Vários conflitos com sindicatos passarem a surgir como resultado da política de austeridade de muitas companhias aéreas desde a desregulamentação.

 

Não foram apenas os novos competidores que se beneficiaram da revisão do mercado. Algumas das grandes conseguiram também se expandir com facilidade, pois não estavam mais sendo pressionados pelo o Conselho da Aeronáutica Civil. Por exemplo, a própria American Airlines voava anteriormente para somente 39 cidades.

 

Anteriormente, a Continental Airlines teve que esperar oito anos para obter uma permissão para operar de San Diego a Denver. Com as novas mudanças, foi possível acelerar e facilitar os processos de concessões de novas rotas nos anos 80, a ordem tradicional foi abalada e muitas empresas foram beneficiadas.

 

Apesar das nostalgia relacionadas à perda de ícones da aviação, o público em geral, inicialmente, se beneficiou com a desregulamentação. O economista Alfred Kahn afirmou que, juntos, os passageiros economizaram de US $ 5 bilhões a US $ 10 bilhões por ano desde a desregulamentação. Daí temos uma ideia o quanto o Estado pode ser pesado para o usuário.

 

Apesar dos esforços de desregulamentação, a American Airlines continua dominando o mercado das comerciais. Foto: Tjdarmstadt via Wikimedia Commons

 

“A Continental Airlines teve que esperar oito anos para obter uma permissão para operar de San Diego a Denver.”

O Abalo das Grandonas

O mercado da aviação comercial sofreu um tremendo abalo durante o período em que as indústrias americanas estavam sendo submetidas às revisões. A legislação sobre transporte terrestre, serviços públicos, entretenimento, comunicações e recursos naturais sofreu também várias mudanças durante esse período.

Essas mudanças monumentais causaram demissões para vários funcionários específicos que trabalham nessas indústrias. Os que trabalhavam para companhias como Pan Am, Capitol e Braniff foram os que mais sofreram devido à desregulamentação. Muitos desses funcionários tiveram seus vencimentos revisados e inevitavelmente demitidos devido à falência da empresa.

 

Hoje, o público está começando a ver as desvantagens da desregulamentação. Com a diminuição de muitas companhias aéreas desde 1978, houve uma grande consolidação das que ficaram. Atualmente, nos Estados Unidos, apenas quatro companhias aéreas controlam 80% do mercado. Essas companhias aéreas estão tendo a liberdade de definir novas políticas financeiras às custas do cliente. Como resultado, está havendo um aumento das tarifas de bagagem, taxas de alteração e marcação de assento e políticas de reembolso.

 

Apesar da boa intenção, a Lei de Desregulamentação de Companhias Aéreas de 1978 levou a muitas destas a situações bem difíceis. O cliente em geral pode ter sido beneficiado com voos mais eficazes, porém isso custou a vida de muitas das principais companhias aéreas.