A gigante da América do Sul, LATAM Airlines, anunciou nesta sexta-feira (15) que as demissões estavam chegando. A companhia, que é a maior da América do Sul, espera demitir 1.400 funcionários, enquanto a pandemia de coronavírus continua cobrando seu preço na América Latina.

A LATAM vai demitir 1.400 funcionários. Foto: Getty Images

A Reuters informou que as demissões estão chegando, pois a empresa está procurando reduzir o tamanho em meio à atual crise. Esses 1.400 empregos representam cerca de 3% da força de trabalho da LATAM. A companhia já reduziu os salários pela metade em sua força de trabalho de 43 mil funcionários. Não está claro ainda quais departamentos que terão essas demissões.

Redução do tamanho na atual crise

Como a maioria das companhias aéreas, a LATAM está focada no downsizing para reduzir sua queima de caixa. A companhia já cortou drasticamente seus horários de vôos internacionais. O presidente da LATAM Brasil, Jerome Cadier, acredita que a demanda levará cerca de dois a três anos para se recuperar. Enquanto isso, o CEO da LATAM Airlines Colombia acredita que aumentará de 60 a 70% até o final de 2021. Ambas as previsões foram apresentadas no mês passado, e isso provavelmente mudará.

Quedas drásticas na demanda levaram a LATAM a reduzir a capacidade. Foto: Getty Images

A situação da LATAM

Este mês está sendo incrivelmente movimentado para a companhia aérea latino-americana. Em 1º de maio, a LATAM saiu formalmente da aliança Oneworld. Esta medida terá repercussões positivas nas finanças da companhia aérea. Fazer parte de uma aliança significa arcar com mais taxas e custos associados à manutenção de relacionamentos recíprocos com outras companhias aéreas da aliança. Fora dessa aliança, a LATAM agora tem a liberdade de escolher parcerias mais eficazes.

Uma dessas parcerias inclui um novo acordo de joint venture com a Delta Air Lines. Em 2019, a LATAM abandonou sua parceria com a American Airlines após os obstáculos regulatórios na obtenção de um acordo de joint venture. A nova joint venture com a Delta irá oferecer às companhias aéreas parceiras muitas oportunidades de crescimento no mercado sul-americano.

A LATAM é a maior companhia aérea da América do Sul. Foto: Getty Images

No entanto, a LATAM esperava que esse acordo apoiasse suas operações e proporcionasse oportunidades adicionais de receita, porém com a pandemia de coronavírus essas possibilidades diminuíram. Tanto a LATAM quanto a Delta estão cortando seus horários de vôos internacionais. A Delta não espera retomar os principais serviços sul-americanos até o final do verão no hemisfério Norte.

No Geral

As demissões estão chegando a muitas companhias aéreas ao redor do mundo. A Air Canada espera demissões de até 20.000, a Ryanair disse a alguns funcionários do administrativo não retornarão em junho, e mais de 2.000 funcionários da Icelandair foram demitidos no início deste mês. Em circunstâncias mais terríveis, a Avianca, a segunda maior transportadora da América do Sul, também entrou com pedido de falência com os cortes chegando.

Embora o número de 1.400 seja pequeno em comparação, ainda assim representa a perda de meios de fonte de renda para muitas pessoas. Não está claro se, ou quando, esses trabalhadores poderão encontrar empregos novamente na LATAM. No entanto, por enquanto, a LATAM está simplesmente focada na sobrevivência.

A LATAM reduziu seus compromissos com o Airbus A350. Foto: Tom Boon / Simple Fying

Mais pra frente, a LATAM terá menos compromissos com o Airbus A350 como parte de seu acordo com a Delta. Isso evitará um excesso de capacidade na companhia aérea – um problema que muitas companhias aéreas estão começando a enfrentar. A pandemia de coronavírus está cobrando um preço muito alto na América Latina. Na tentativa de arrecadar fundos necessários, a companhia está vendendo programa de vouchers de viagem que também pode ser interpretado como uma espécie de “título de investimento” para quem está interessado em viajar no futuro e que aumentam em valor ao longo do tempo.

Leandro Araujo.