Em uma comunicação interna à agência de notícias Reuters, a Kenya Airways está tendo que cancelar dezenas de voos devido à falta de pilotos.

A companhia aérea da África Oriental está perdendo US $ 50 milhões por ano porque não possuir pilotos suficientes para pilotar seus aviões.

No documento passado à Reuters, diz que nas duas primeiras semanas de agosto a companhia aérea cancelou 68 vôos, dos quais 74% foram devido à falta de pilotos.

 

A Kenya Airways tem 435 pilotos, mas precisa de 497.

No momento, a Kenya Airways tem 435 pilotos em seu quadro, mas precisa contratar outros 62, de acordo com a Bloomberg News.

 

A Kenya Airways precisa contratar mais 62 pilotos. Foto: Kenya Airways

Em uma carta à Associação de Pilotos de Linhas Aéreas do Quênia (KALPA), Kenya Airways, o Diretor de Operações Paul Njoroge escreveu uma carta sobre como a KALPA está prejudicando a companhia aérea.

A companhia responsabiliza o fracasso no recrutamento de novos pilotos às reclamações sobre pagamento, treinamento e nacionalidade do piloto.

“Isso significa que a participação de mercado que lutamos tanto para conquistar será totalmente corroída e reconquistá-la novamente será uma tarefa muito mais difícil”, disse Njoroge, segundo a Bloomberg.

O governo Queniano considera assumir a companhia aérea

A Kenya Airways é a terceira maior companhia aérea da África Subsaariana e não pode se dar ao luxo de continuar cancelando voos depois de quase triplicar suas perdas no primeiro semestre, somando o valor de US$ 77,7 milhões.

 

A Kenya Airways enfrenta forte concorrência da Ethiopian Airlines. Foto: Kenya Airways

Atualmente,  48,9% da Kenya Airways pertence ao governo do Quênia e 7,8% ao Grupo Air France-KLM.

Depois de anos de grandes perdas e forte concorrência da Ethiopian Airlines, o governo do Quênia está considerando a aquisição total da companhia, segundo a Reuters.

Com este objetivo, a companhia aérea de Nairobi está começando a se afastar do grupo Air France-KLM para ajudar a fortalecer a mão do governo.

A Kenya Airways  deseja contratar 20 novos pilotos em contratos de dois anos, porém a questão da nacionalidade é um dos problemas para a KALPA, já que se opõem à contratação de estrangeiros.

Em resposta a isso, Njoroge admite que já existem muitos pilotos quenianos  desempregados a procura de trabalho, entretanto, não têm qualificação para pilotar jatos da Kenyan Airways.

 

A grande questão é o dinheiro

A KALPA reivindica que a Kenya Airways aumente os salários com base na produtividade, apesar da companhia aérea já ter concordado em fazer isso conforme um novo acordo feito em 2017.

 

Na disputa salarial, os pilotos afirmam ganhar 40.000 anuais. Foto: Kenya Airways

O sindicato afirma que a última vez que seus membros receberam um aumento salarial foi há oito anos.

Na disputa salarial, os pilotos afirmam ganhar 40.000 anuais.

De todos os pilotos da Kenya Airways, 44 estão atualmente em treinamento e serão promovidos conforme o que foi acordado na negociação coletiva.

Isso significa que 10% dos pilotos da companhia aérea estarão ausentes entre seis meses a dois anos devido aos treinamentos.

“Este sistema é ineficaz e arcaico e contribui para a atual escassez”, disse Njoroge, segundo a Bloomberg. “A companhia aérea precisa de 106 pilotos para tapar o buraco deixado por aqueles que estão em treinamento”.

A Kenya Airways serve mais de quatro milhões de passageiros em todo o mundo, através do seu hub no Aeroporto Internacional Jomo Kenyatta (NBO) em Nairobi para 55 destinos ao redor todo o mundo, dos quais 43 estão na África.