A Embraer divulgou seus resultados em relação aos pedidos e entregas no primeiro trimestre de 2020. Até 31 de março, A fabricante brasileira entregou apenas 14 aeronaves. Cinco delas eram jatos comerciais, enquanto as outras nove eram jatos executivos. Embora o resultado dos primeiros trimestres serem sempre baixos, o acordo abandonado pela Boeing foi uma das razões para o baixo número de entregas.

A Embraer entregou menos jatos comerciais no primeiro trimestre de 2020. Foto: Embraer

 

Entregas no primeiro trimestre da Embraer

A fabricante Brasileira registrou cinco entregas de jatos comerciais. Isso incluiu três E175s, um E190-E2 e um E195-E2. Os outros nove jatos entregues foram jatos executivos. Cinco eram Phenom 300, um era um Praetor 500 e três eram um Praetor 600. No total foram 14 aeronaves.

A Embraer entregou mais jatos particulares do que jatos comerciais no primeiro trimestre. Foto: Embraer

A Air Canada é a primeira companhia aérea da América do Norte ou do Sul a exigir tal procedimento. Embora muitas companhias aéreas estão agora exigindo o uso de máscaras e o distanciamento social em seus assentos, nenhuma ainda no continente Americano ainda exigiu verificações de temperatura.

O interessante, no entanto, é como a Embraer produziu os resultados:

“Historicamente, a Embraer sazonalmente tem menos entregas durante o primeiro trimestre do ano e, em 2020, em particular, as entregas de aeronaves comerciais no primeiro trimestre também foram negativamente impactadas pela conclusão da separação da unidade de Aviação Comercial da Embraer em janeiro”.

Para integração na Boeing, a unidade de aviação comercial foi separada de sua entidade maior. Esse movimento permitiria à Embraer manter seu braço de jato particular e os braços de jato de defesa. Comercialmente, a Embraer nem sempre teve os melhores resultados, e a Boeing deveria ajudar a transformar os jatos E2 em um maior mercado. E, talvez, até criasse um novo tipo de jato.

A unidade comercial da Embraer deveria se integrar à Boeing. Foto: Getty Images.

A Embraer investiu muito tempo e energia nesse acordo. E, com razão. Os jatos E2 da fabricante de aviões brasileira subestimaram a concorrência e até a geração anterior. A Embraer não embarcou em nenhum outro projeto ambicioso de jato.

No entanto, a Boeing foi adiante e encerrou o acordo de cooperação com a Embraer e no final citou algumas deficiências da Embraer. Enquanto isso, a Embraer alegou que a Boeing terminou indevidamente a transação e por tão motivo está buscando indenização.

O E2 da Embraer não está vendendo bem. Foto: Getty Images.

Lista de pendências da Embraer

Em 31 de março, a fabricante possuía uma carteira de pedidos firmes no valor de US $ 15,9 bilhões. A carteira de pedidos inclui 163 E175s, quatro E190s, 15 E190-E2s e 136 E195-E2s, para um total de 318 jatos. Outros 401 estão disponíveis como opções divididas em 293 E175s, 61 E190-E2s e 47 E195-E2s. As opções de pedidos de aeronaves são quando um fabricante e uma companhia aérea concordam com o direito de comprar aeronaves adicionais no futuro por um preço e data previamente acordados. Às vezes, as companhias aéreas convertem essas opções em pedidos firmes, se precisarem de aviões adicionais.

A Embraer possui uma carteira de pedidos firmes para 318 aviões. Foto: Getty Images

Aqui está o detalhamento da lista de pendências por cliente:

  • American Airlines: 11 E175s
  • Congo Airways: 2 E175s
  • Horizon Air/Alaska Airlines: 3 E175s
  • NAC/ALDUS (lessor): 1 E175 and 1 E190
  • Republic Airlines (regional US airline): 100 E175s
  • Skywest (regional US airline): 26 E175s
  • United Airlines: 20 E175s
  • CIAF (lessor): 3 E190s
  • Air Kiribati: 1 E190-E2
  • Aircastle (lessor): 5 E190-E2s and 20 E195-E2s
  • Helvetic Airways: 9 E190-E2s
  • Aercap (lessor): 40 E195-E2s
  • Air Peace: 13 E190s
  • Azul: 51 E195-E2s
  • Binter Canarias: 2 E195-E2s
  • ICBC (lessor): 10 E195-E2s

A Embraer ainda tem pedidos firmes de jatos E175. Foto: Getty Images.

No Geral

As entregas do primeiro trimestre da Embraer não foram excelentes. Em 2019, a fabricante entregou 11 jatos comerciais e 11 executivos, 22 no total, durante o primeiro trimestre. Em 2018, a Embraer entregou 14 jatos comerciais e 11 jatos particulares no primeiro trimestre – 25 no total. E, no primeiro trimestre de 2017, os números eram 18 comerciais e 15 privados.

Essa tendência de queda nas entregas mostra o porquê perder um contrato com a Boeing é algo tão prejudicial para a fabricante. Suas aeronaves não estão vendendo como antes e suas entregas estão em uma tendência de queda. Juntamente com o fato do setor estar enfrentando a pior crise em anos, a Embraer tem um sério problema em suas mãos.

 

Leandro Araujo.