A brasileira Azul introduziu nova tecnologia para melhorar seu treinamento de pilotos.
Aperfeiçoamento do treinamento de pilotos
A companhia aérea brasileira Azul firmou parceria com a Plan XP, empresa especializada em inovação e tecnologia, para o emprego de óculos de realidade virtual e sensores de movimento das mãos para treinar os novos pilotos e atualização.
O uso de novas tecnologias, como a realidade virtual, vem pra melhorar e elevar o treinamento de pilotos a novos patamares, reduzindo os custos das companhias aéreas.
Segundo a Azul, os novos óculos de realidade virtual mostrarão, de forma 100% realista, o cockpit do avião Cessna Grand Caravan. Essa ferramenta será utilizada nas próximas aulas e tem como principal objetivo aprimorar a fase teórica e preparar os pilotos da Azul Conecta para os simuladores de voo.
Em média, cada piloto precisa de cerca de 20 horas de treinamento no simulador da aeronave que irá operar.
A tecnologia de realidade virtual permite que o piloto treine, simulando-o a bordo da cabine, movendo-se como se estivesse dentro dela, acessando comandos e controles, tornando-o mais apto para o treinamento do simulador.
Por que investir em realidade virtual?
Atualmente, muitas companhias aéreas em todo o mundo estão investindo no uso da realidade virtual. A simulação de voo, por meio de diferentes tecnologias, desempenha um papel valioso na redução das ineficiências e dos requisitos de custo e tempo do treinamento de voo.
O cockpit de um avião é um ambiente ineficaz para o aprendizado, pois é caro e cheio de distrações. Além disso, os simuladores de voo também são bastante caros para as companhias aéreas. Portanto, a tecnologia de realidade virtual passa a ser atraente para as companhias aéreas.
Flavio Costa, CEO da Azul Conecta e Vice-Presidente Técnico da Azul, disse:
Além da missão de popularizar o transporte aéreo no Brasil, atingindo regiões onde nenhuma outra empresa atua, a Azul Conecta também quer ser uma empresa modelo de tecnologia e inovação em nosso setor, assim como a Azul já é reconhecida. Com esse novo recurso, nosso treinamento será muito mais assertivo e eficiente para os tripulantes que chegam na empresa.
Lidando com as lacunas
Tadeu Primo, instrutor de simulador e comandante da Azul Conecta, disse que a companhia aérea tinha pilotos que chegavam à fase de simulador sem saber exatamente as tarefas de cada membro da cabine. Eles desconheciam as responsabilidades do comandante e do primeiro oficial, de acordo com os procedimentos operacionais padrão da aeronave.
Ele adicionou:
“Com o uso de óculos de realidade virtual, que antecedem a etapa do simulador, o treinamento é focado em toda a rotina operacional de um voo, desde a decolagem até o pouso. Quando o tripulante avançar para o estágio do simulador, ele já estará apto e familiarizado com todos os comandos e sequências de uma cabine do Cessna Grand Caravan.”
O uso de óculos de realidade virtual pela Azul contempla 68 etapas que os pilotos devem realizar. Ao final do treinamento, a empresa aérea entrega um relatório com a quantidade de procedimentos realizados com precisão e aqueles que não foram concluídos; então, os pilotos refazem o processo de treinamento novamente sob supervisão.
No futuro, a Azul Conecta projeta usar o sistema de realidade virtual para treinar a próxima geração de pilotos do Cessna. Metade da turma será treinada da forma tradicional e metade será treinada com a nova tecnologia.
Ao empregar essa metodologia, a Azul visa qualificar a eficácia da aplicação da realidade virtual e, com os resultados em mãos, ampliar o escopo do treinamento com etapas que serão agregadas, como a inclusão de procedimentos de emergência e a realização de a inspeção externa pré-voo, que são algumas atribuições de todos os tripulantes da companhia aérea regional, disse Tadeu Primo.